
Do que uma pessoa recebe de Deus quando ouve uma de nossas mensagens, lê algum material ou do que estuda na Palavra de Deus pode fazer muitas escolhas. O Senhor Jesus apresentou dois tipos de portas: larga ou estreita. Com a seguinte recomendação: “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela. E porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem.” (Mateus 7, 13-14)
Por esta razão ensinamos com todo amor a Verdade, mostramos a Palavra, exortamos... Não porque desejamos parecer chatos, mas porque queremos o bem de cada um. “o Senhor repreende aquele a quem ama, assim como o pai ao filho a quem quer bem. (Provérbios 3, 12)
Ao plano de Ministério estamos tranqüilos por não pregar o “evangelho da porta larga”. Atualmente é muito fácil viver o evangelho da “porta larga e do caminho espaçoso” cantarolando a música “deixa a vida me levar, vida leva eu” numa dinâmica de viver a vida nos moldes que cada um deseja do lado de fora da igreja e depois vamos para celebrar a "deus".
O que acontece o Evangelho que transforma? Onde está aquele encontro com o Senhor Jesus produz a transformação de vida? Como veremos a testificação do Espírito Santo numa mudança de dentro para fora que é o nascer de novo?
Uma pessoa recebe o Senhor Jesus e o caráter muda, os sentimentos mudam, as escolhas mudam e tudo na vida passa a se adequar ao discernimento de que senhorio da vida da pessoa que encontra o Senhor Jesus pertence ao mesmo Senhor.
Pregamos um Evangelho que inclui, ama e aceita a todas as pessoas, mas jamais estaremos omitindo um confronto com o Espírito Santo para uma transformação de vida. Isto não quer dizer nada com relação, por exemplo, a uma pessoa ter que mudar de orientação sexual. Mudar uma orientação sexual é uma aberração, seria como orar para Deus mudar a cor dos olhos de alguém ou para deixar de ser canhota.
Mudança ocorre em todo o Evangelho e dele é o nosso ponto de partida. Na história da mulher pega em adultério, por exemplo, o Senhor Jesus não a condenou a uma sentença de morte por apedrejamento como estatuído na Lei de Moisés. Daquele encontro Jesus lhe deu uma chance para ser transformada e não mais fazer escolhas do passado, dentre elas a de não viver mais em adultério: “E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te, e não peques mais.” (João 8, 11)
Cada escolha oferece conseqüências mediatas ou imediatas na vida. A pessoa pode vir só a igreja assistir culto e ir embora. Todavia, se escolhe realmente uma vida de compromisso com o Senhor há que se haverem mudanças. Ninguém é obrigado a se casar, por exemplo, mas quando vai ao altar e faz as declarações dali decorrem muitos compromissos. Quando fazemos uma aliança com o Senhor é como um casamento com o mesmo.
O Senhor Jesus disse: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me. Porque, qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas qualquer que, por amor de mim, perder a sua vida, a salvará.” (Lucas 9, 23-24)
Jesus colocou em sua frase o “se”. Ou seja, “se...” alguém quiser realmente segui-lo, então, deve negar-se a si mesmo e tomar a sua cruz. Assim a vida daquele que escolhe seguir um chamado no reino de Deus é uma vida de abdicação diária.
E talvez você queira me perguntar: “Pastor Marcos Gladstone, o que é o negar-se a si mesmo?” Se você escolhe ter uma vida santa, transformada, tem o desejo de ser direcionado Espírito Santo e escolhe ser imagem e semelhança do Senhor terá que negar a sua carne.
Com poucas palavras posso dizer que negar-se a si mesmo é fazer tudo aquilo que você sabe que é de Deus, mesmo que não esteja com a mínima vontade da “carne” para fazê-lo. Ainda que isto corresponda a quase que fazer um esforço sobre-humano para conseguir abdicar-se da sua própria vontade em detrimento do fortalecimento do seu espírito e uma comunhão com Deus.
Costumo falar em minhas pregações que nem sempre que acordo de madrugada e dobro os meus joelhos para orar, tenho a vontade da “carne” para fazê-lo. Quem me conhece sabe que meu “esporte predileto” é dormir. Adoro dormir e tenho um sono profundo e tranqüilo.
Acontece que a carga diária do meu ministério e trabalho não me dão ao luxo de dormir oito horas diárias. Cinco ou seis horas geralmente é o que posso separar em minha vida para o sono. Assim se trava uma luta da minha “carne” (vontade, desejo humano) contra o meu espírito. E um dilema: levanto ou continuo na cama? Jesus disse: “O espírito está pronto, mas a carne é fraca.” (Mateus 26, 41)
Mesmo a minha carne não entendendo isto, tenho o discernimento no meu espírito que o sustento espiritual do meu ministério depende de esforço. O reino dos céus é tomado por esforço (Mateus 11, 12).
Para que você compreenda melhor posso dar mais um exemplo. Adoro ler a Palavra de Deus e tenho por compromisso com Deus passar uma ou duas horas de leitura por dia, isto logo que mesmo que durante o dia o faça novamente. Para mim muitas vezes é um esforço quando o dia será corrido e algumas vezes tenho que acordar 7h. da manhã, depois de ter ido para cama às 2h da madrugada e ter levantado para orar 3h. fazer a leitura.
É o preço de um chamado. Este é o preço do amor ao Evangelho e da salvação que deve ser anunciada a tantas ovelhas que estavam perdidas e sem rumo. Veja que a quem muito é dado muito é cobrado (Lucas 12, 48).
O maior exemplo de abdicação pessoal encontramos no próprio Senhor Jesus que amou se entregando como sacrifício vivo. Uma pessoa que deseja viver a plenitude de um chamado deve seguir este modelo. “E andai em amor, como também Cristo vos amou, e se entregou a si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave.” (Efésios 5, 2)