quarta-feira, 6 de maio de 2009

Evangelho da porta larga ou estreita?


Do que uma pessoa recebe de Deus quando ouve uma de nossas mensagens, lê algum material ou do que estuda na Palavra de Deus pode fazer muitas escolhas. O Senhor Jesus apresentou dois tipos de portas: larga ou estreita. Com a seguinte recomendação: “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela. E porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem.” (Mateus 7, 13-14) 

Por esta razão ensinamos com todo amor a Verdade, mostramos a Palavra, exortamos... Não porque desejamos parecer chatos, mas porque queremos o bem de cada um. “o Senhor repreende aquele a quem ama, assim como o pai ao filho a quem quer bem. (Provérbios 3, 12)

Ao plano de Ministério estamos tranqüilos por não pregar o “evangelho da porta larga”. Atualmente é muito fácil viver o evangelho da “porta larga e do caminho espaçoso” cantarolando a música “deixa a vida me levar, vida leva eu” numa dinâmica de viver a vida nos moldes que cada um deseja do lado de fora da igreja e depois vamos para celebrar a "deus".

O que acontece o Evangelho que transforma? Onde está aquele encontro com o Senhor Jesus produz a transformação de vida? Como veremos a testificação do Espírito Santo numa mudança de dentro para fora que é o nascer de novo?

Uma pessoa recebe o Senhor Jesus e o caráter muda, os sentimentos mudam, as escolhas mudam e tudo na vida passa a se adequar ao discernimento de que senhorio da vida da pessoa que encontra o Senhor Jesus pertence ao mesmo Senhor.

Pregamos um Evangelho que inclui, ama e aceita a todas as pessoas, mas jamais estaremos omitindo um confronto com o Espírito Santo para uma transformação de vida. Isto não quer dizer nada com relação, por exemplo, a uma pessoa ter que mudar de orientação sexual. Mudar uma orientação sexual é uma aberração, seria como orar para Deus mudar a cor dos olhos de alguém ou para deixar de ser canhota.

Mudança ocorre em todo o Evangelho e dele é o nosso ponto de partida. Na história da mulher pega em adultério, por exemplo, o Senhor Jesus não a condenou a uma sentença de morte por apedrejamento como estatuído na Lei de Moisés. Daquele encontro Jesus lhe deu uma chance para ser transformada e não mais fazer escolhas do passado, dentre elas a de não viver mais em adultério: “E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te, e não peques mais.” (João 8, 11)

Cada escolha oferece conseqüências mediatas ou imediatas na vida. A pessoa pode vir só a igreja assistir culto e ir embora. Todavia, se escolhe realmente uma vida de compromisso com o Senhor há que se haverem mudanças. Ninguém é obrigado a se casar, por exemplo, mas quando vai ao altar e faz as declarações dali decorrem muitos compromissos. Quando fazemos uma aliança com o Senhor é como um casamento com o mesmo.

O Senhor Jesus disse: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me. Porque, qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas qualquer que, por amor de mim, perder a sua vida, a salvará.” (Lucas 9, 23-24)

Jesus colocou em sua frase o “se”. Ou seja, “se...” alguém quiser realmente segui-lo, então, deve negar-se a si mesmo e tomar a sua cruz. Assim a vida daquele que escolhe seguir um chamado no reino de Deus é uma vida de abdicação diária.

E talvez você queira me perguntar: “Pastor Marcos Gladstone, o que é o negar-se a si mesmo?” Se você escolhe ter uma vida santa, transformada, tem o desejo de ser direcionado Espírito Santo e escolhe ser imagem e semelhança do Senhor terá que negar a sua carne.

Com poucas palavras posso dizer que negar-se a si mesmo é fazer tudo aquilo que você sabe que é de Deus, mesmo que não esteja com a mínima vontade da “carne” para fazê-lo. Ainda que isto corresponda a quase que fazer um esforço sobre-humano para conseguir abdicar-se da sua própria vontade em detrimento do fortalecimento do seu espírito e uma comunhão com Deus.

Costumo falar em minhas pregações que nem sempre que acordo de madrugada e dobro os meus joelhos para orar, tenho a vontade da “carne” para fazê-lo. Quem me conhece sabe que meu “esporte predileto” é dormir. Adoro dormir e tenho um sono profundo e tranqüilo.

Acontece que a carga diária do meu ministério e trabalho não me dão ao luxo de dormir oito horas diárias. Cinco ou seis horas geralmente é o que posso separar em minha vida para o sono. Assim se trava uma luta da minha “carne” (vontade, desejo humano) contra o meu espírito. E um dilema: levanto ou continuo na cama? Jesus disse: “O espírito está pronto, mas a carne é fraca.” (Mateus 26, 41)

Mesmo a minha carne não entendendo isto, tenho o discernimento no meu espírito que o sustento espiritual do meu ministério depende de esforço. O reino dos céus é tomado por esforço (Mateus 11, 12).

Para que você compreenda melhor posso dar mais um exemplo. Adoro ler a Palavra de Deus e tenho por compromisso com Deus passar uma ou duas horas de leitura por dia, isto logo que mesmo que durante o dia o faça novamente. Para mim muitas vezes é um esforço quando o dia será corrido e algumas vezes tenho que acordar 7h. da manhã, depois de ter ido para cama às 2h da madrugada e ter levantado para orar 3h. fazer a leitura.

É o preço de um chamado. Este é o preço do amor ao Evangelho e da salvação que deve ser anunciada a tantas ovelhas que estavam perdidas e sem rumo. Veja que a quem muito é dado muito é cobrado (Lucas 12, 48).

O maior exemplo de abdicação pessoal encontramos no próprio Senhor Jesus que amou se entregando como sacrifício vivo. Uma pessoa que deseja viver a plenitude de um chamado deve seguir este modelo. “E andai em amor, como também Cristo vos amou, e se entregou a si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave.” (Efésios 5, 2)