quinta-feira, 29 de abril de 2010

Pare de falar mal dos pastores, o que importa é que eles estão ganhando almas para Cristo. Será??



Volta e meia alguém me escreve ou comenta no meu blog que eu não devo me preocupar em denunciar os ensinos dos falsos profetas, e que o mais importante é que eles estão ganhando almas para Cristo.

Caro leitor, vamos combinar uma coisa? A Bíblia está cheia de textos que nos advertem sobre o surgimento de falsos profetas bem como da multiplicação de falsas doutrinas. Jesus mesmo disse: "Acautelai-vos dos falsos profetas" (
Mt 7.15). "Levantar-se-ão muitos falsos profetas e enganarão a muitos... operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos" (Mt24.11,24). Cristo avisa claramente sobre um movimento de falsos sinais e maravilhas nos últimos dias, promovido pelos falsos profetas. Paulo compara esses falsos profetas a Janes e Jambres, que se opuseram a Moisés e Arão (2 Tm 3.8) com sinais e maravilhas operados pelo poder de Satanás. Pedro advertiu que assim como houve falsos profetas no tempo do Antigo Testamento, "assim também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão dissimuladamente heresias destruidoras..." (2 Pe 2.1). O apóstolo João declarou que já em seus dias "muitos falsos profetas têm saído pelo mundo" (1 Jo 4.1).

Isto posto, torna-se impossível fazermos o jogo do contente fingindo que absolutamente nada está acontecendo não é verdade? Por acaso seria correto observarmos uma pessoa caminhando distraidamente em 
direção a um precipício e ficarmos calados? Claro que não! Da mesma forma não podemos nos eximir diante das aberrações ensinadas pelos adeptos de falsas doutrinas que tem enganado milhares de pessoas em nosso país.

Como bem disse o apóstolo Paulo ao escrever a sua 1ª epístola a Timóteo, nos últimos tempos alguns homens 
iriam apostatar da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, bem como a doutrinas de demônios. (I Tm 4:1)

Diante deste inexorável fato o Apóstolo Paulo orienta a Timóteo a agir firmemente diante do espírito da 
apostasia.

“CONJURO-TE, pois, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu reino, que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo,
redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas. Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério.” II Tm 4.1-3

Quanto a ganhar almas para Cristo, é importante ressaltar que nós crentes em Jesus não ganhamos nada! Somos no máximo servos inúteis usados por Deus para levar a Palavra do Evangelho da Salvação Eterna. Mesmo porque, quem convence o homem do pecado, do juízo e da justiça é o Espírito Santo. A salvação vem de Cristo, por Cristo e para Cristo, nada além disso!

Soli Deo Gloria!

Por Renato Vargens

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Por que os jogadores evangélicos incomodam tanto?

FIFA, CBF, alguns jornalistas e jogadores não aprovam a comemoração dos atletas cristãos, a oração após a conquista da Copa das Confederações. Mas por que tanta irritação?

Por Rodrigo Ribeiro Rodrigues
14/09/2009 06:00h
Foi-se o tempo que a moda no futebol era ser jogador baladeiro e indisciplinado.  A cada dia os jogadores têm se conscientizado que a vida promiscua os tem levado a um caminho de ilusões e interesses. A fuga das concentrações, sexo, bebidas ainda faz a cabeça de muitos jogadores, mas eles estão perdendo adeptos. Beto, ex-jogador do Flamengo, São Paulo, Vasco, entre outros, é um dos que deixou para trás a vida de baladeiro: Não deixei de fazer o que gosto, como beber cerveja e ir a pagodes. Mas não é no mesmo ritmo de antes. Agora tenho saído mais com a minha esposa e meus filhos do que com os amigos - contou o marido da Marcela, que é pai de Wallace, adotivo de 22 anos, Joubert Filho, de 12, Pedro Henrique, de 6, e Eloisa, de 2, relatou o jogador ao G1.

Porém, o assunto em questão é: jogadores evangélicos. O auge da discussão foi gerado quando o Brasil foi campeão neste ano da Copa das Confederações, na África do Sul. Após o término da partida, liderados por Lúcio e Kaká, os jogadores fizeram uma roda de oração no meio de campo, e alguns deles usavam camisas com dizeres em homenagem a Jesus Cristo. Até aí normal, não é? Não... pelo menos para a FIFA, CBF, alguns jornalistas e jogadores.

FIFA e Federação Dinarmaquesa

O presidente da Federação Dinarmaquesa, Jim Stjerne Hansen, chegou a declarar que a "religião não tem lugar no futebol". O esbravejo de Hansen fez o presidente da FIFA, Joseph Blatter, se colocar favorável a posição do dinarmaquês. A FIFA acena agora com a possibilidade de proibir qualquer tipo de manifestação religiosa nos gramados.

O famoso jornalista Juca Kfouri pegou pesado no seu blog contra os jogadores evangélicos, sobrou até para mulher de Kaká - o jornalista chegou a chamá-la de enlouquecida e fanática. 'E como o santo nome anda sendo usado em vão por jogadores da seleção brasileira, de Kaká ao capitão Lúcio, passando por pretendentes a ela, como o goleiro Fábio, do Cruzeiro, e chegando aos apenas chatos, como Roberto Brum... É um tal de jogador comemorar gol olhando e apontando para o céu como se tivesse alguém lá em cima responsável pela façanha, um despropósito, por exemplo, com os goleiros evangélicos, que deveriam olhar também para o alto e fazer um gesto obsceno a cada gol que levassem de seus irmãos... Ora bolas! Que cada um faça o que bem entender de suas crenças nos locais apropriados para tal, mas não queiram impingi-las nossas goelas abaixo, porque fazê-lo é uma invasão inadmissível e irritante. Não é mesmo à toa que Deus prefere os ateus', relatou Kfouri em seu blog.


http://www.gospelprime.com.br/wp-content/uploads/2009/07/kaka-i-belong-to-jesus.jpg




Já o Diretor de Redação da Revista Placar (especializada em futebol), Sergio Xavier Filho, declarou, ainda que sutil, que Kaká é alma financeira da Igreja Renascer em Cristo. A revista dedicou ainda nove páginas para falar sobre o assunto 'Seleção vira Igreja'. A revista perdeu o tempo para calcular o valor do dízimo que Kaká dá a Renascer desde a época do São Paulo e ainda, também de forma sutil, ironizar os jogadores. Para Luciano Ribeiro, repórter dos jornais santista A Tribuna e o Expresso Popular, o seu colega de profissão Juca Kfouri exagerou nas declarações. O jornalista não viu ainda problema algum, por exemplo, nas comemorações dos jogadores brasileiros evangélicos após a conquista da Copa das Confederações: 'Não vejo problema nenhum (nas comemorações). Cada um sabe a quem e como agradecer. E num momento de conquista é normal o jogador recorrer a Deus porque sempre pensa nos problemas, nas dificuldades... O que eu acho um desrespeito é o jogador levantar a camisa de quem ele está representando, de quem paga seu salário pra ficar fazendo propaganda de sua cidade, de seu bairro, de seu país e até de Jesus', relatou o jornalista.

'Pai de Santo' e treinador x Evangelho

O 'pai de santo e vidente' Robério de Ogum, que já trabalhou muito tempo com Luxemburgo, disse ao Diário Lancenet! , que se o Santos mantivesse no elenco o jogador "Roberto Brum e sua patotinha", como se referiu aos amigos do atleta, a equipe teria um futuro muito ruim. Ele diz que o jogador vivia um momento conturbado espiritualmente, e até relacionou a discussão com Luxemburgo no jogo do Campeonato Brasileiro de 2009 contra o Flamengo, na Vila Belmiro, com essa fase. 'O Roberto Brum tende a ser líder, mas não é. E por querer ser atrapalha o grupo. Se o Vanderlei quiser ser campeão, ele vai ter de fazer uma limpa nessa patota. Quando a pessoa está perturbada espiritualmente isso (discussão) realmente acontece. Que culpa eu tenho de saber que isso iria acontecer' - questiona Robério de Ogum. O pai de santo, além de ter trabalhado com Vanderlei Luxemburgo, é também amigo pessoal do treinador, mas disse que não falou com o técnico a respeito desse assunto.

No mesmo dia que o técnico discutiu com o jogador, coincidência ou não, o Santos anunciou a contratação de Emerson, que já passou pela Seleção Brasileira e estava na Europa. O jogador é da mesma posição que Roberto Brum. Emerson tinha na época 33 anos e não disputava uma partida oficial há quatro meses. Uma semana depois, Roberto Brum foi afastado pela diretoria por imposição do técnico Luxemburgo. Ao ser procurado pelo Portal 'O GalileO', Roberto Brum não quis polemizar, e disse que o mais correto naquele momento era aceitar a decisão da diretoria santista e do técnico V. Luxemburgo, 'Vou continuar trabalhando. Agora é trabalhar e esperar em Deus para que essa situação seja revertida', ressaltou o jogador.
http://www.cosmo.com.br/multimidia/imagens/2009%5C06%5C18%5C30852115203G.jpg

Com a palavra, os evangélicos...

Para o goleiro Bosco do São Paulo todo esse 'tumulto' em torno das comemorações não o assusta. 'Isso é mais uma forma entre as diversas formas de perseguição. Todo cristão tem que estar preparado para isso. Jesus já havia nos alertado', salientou o goleiro. Para Bosco, comemorações como as de agradecimento que foram feitas na Copa das Confederações não fere ou muito menos insulta a ninguém.

Outro são paulino que se mostra favorável as comemorações é o volante Hernanes. Para ele exaltar a sua fé é muito importante. 'Fico triste com tudo isso, porque se fosse qualquer outra expressão religiosa não causaria tanta polêmica. Eu faço questão de exaltar o nome de Jesus, mas isso não me abala, tudo não passa de uma perseguição enrustida', disse Hernanes ao Portal O GalileO. O técnico Edmilson de Jesus, do Flamengo de Guarulhos, compartilha com a mesma opinião de Bosco. 'Não acredito que as comemorações venham ferir alguém. O cristão deve dar a glória de tudo o que conquista a Deus, essa é nossa fé e o que acreditamos'.

Concluímos que...

A realidade do crescimento evangélico na sociedade incomoda, e parece que esse incômodo invadiu também as quatro linhas e os seus bastidores. O mundo está mascarado de um falso moralismo e por um falso amor. De onde vem o ar que respiramos? De onde vêm os dons que temos? Não seriam eles de Deus, 'Oras Bolas'... Ninguém está tentando enfiar 'goela' abaixo a fé cristã nos corações, afinal 'não é por força e nem por violência, e sim pelo Espírito de Deus'.

Nós somos obrigados a aceitar propagandas, novelas, programas que distorcem totalmente a realidade e influenciam negativamente as famílias, então por que jogadores que foram retirados de um mundo vazio não podem expressar a sua fé? Fique com a sua opinião internauta, mas reflita... não seja uma ?massa de manobra? na mão dos formadores de opinião.

'Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus.' (I Cor. 10.31 ? RA). Tudo o que cristão faz deve ser dedicado para a glória de Deus.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Sentimento de Vergonha!!


rev. Digão

Vergonha é um sentimento horrível. É aquela sensação de desconforto, de estar fora de ambiente, de estar completamente deslocado, em um lugar que não é seu. Aquela vontade de se estar em qualquer lugar, menos naquele que gerou a vergonha.
Já tive algumas vergonhas na vida. Vergonha das espinhas, vergonha das notas ruins na escola, vergonha de não ter grana. Mas todas são vergonhas passageiras.
Ultimamente tenho tido muita vergonha. Vergonha de me identificar como evangélico. Vergonha de me identificar como pastor. Entendo que “evangélico” é um lindo termo que transcende definições eclesiológicas. “Evangélico” é tudo aquilo que é nasce do Evangelho. “Evangélico” é o temor a Deus, a vontade de fazer diferença positiva na vida das pessoas, é ser sal e luz em um mundo podre e escuro. Entendo também que “pastor” é um dom espiritual, como nos mostra Ef 4, mas também com a capacidade da pessoa sendo burilada e trabalhada nos bancos de seminário e livros de teologia.
Tenho vergonha de me identificar como evangélico porque, no Brasil, evangélico é sinônimo de alienação, de roubalheira, de falta de vergonha na cara. O evangélico brasileiro conhece muito seus ídolos, que saem nas “contigos” gospel, sabe bem de suas carreiras, que insistem em chamar de ministérios, mas que são verdadeiras máquinas de gerar dinheiro. O evangélico brasileiro médio (com as honrosas exceções de praxe) desonra o Deus do Evangelho da Bíblia, pois é, via de regra, um imbecil acéfalo que não sabe discernir o bem do mal, mesmo passando tanto tempo nos templos hedonistas que um dia foram igrejas. Esse ser imbecilizado alimenta e é alimentado por uma máquina chamada “mídia evangélica”, que é até mais podre que a mídia secular, já que os escândalos da Madonna são escancarados à luz do dia, mas os escândalos das estrelinhas gospel são devidamente abafados para o bem comum do deus Baal e seu representante mamom, a quem servem com alegria de coração.
No Brasil, pastor de "sucesso" é pastor midiático, que tem seu programa na TV, na rádio e onde mais puder aparecer para arrancar dinheiro da manada. Desses, a exceção é Hernandes Dias Lopes, homem que zela pela integridade em suas pregações. Quanto ao restante, ao menos aqueles conhecidos em nível nacional, as antigas pegadinhas do Ivo Hollanda eram mais íntegras e honestas! Esses não são pastores, pois não cuidam de pessoas, e sim de empresas; sua fonte de contentamento não é o resultado da cruz na vida de pessoas, e sim o resultado dos balanços patrimonial e líquido crescentes; o Deus dos Exércitos, Pai de nosso Senhor Jesus, lhes é desconhecido, ao contrário de Baal, que lhes é íntimo.
Sim, sou pastor evangélico. Mas não quero mais ter vergonha. Não sou midiático, não engano as pessoas prometendo o céu a módicas prestações de mil reais nem encubro delas as dificuldades de se manter um compromisso de vida cristã. Quando viajo de avião, compro só a passagem, não o avião inteiro. Creio no Evangelho, no poder da cruz, na limitação do diabo, na salvação acompanhada de mudança de vida, de conduta e de padrão de pensamento. Creio que a igreja está terrivelmente enferma. Mas não irremediavelmente. Aqueles que são dEle, a verdadeira Igreja, o Corpo que permeia a instituição, resplandecerá, enquanto que o refugo que hoje brilha o fulgor de satanás será desmascarado em breve. Creio nisso. E é o que me mantém são. Mesmo em meio à vergonha.

Fonte: Genizah

domingo, 18 de abril de 2010

O Evangelho da Aparência!




Por Zé Ruy


Logo que vi a notícia no ar, fiquei pasmo. Não quis acreditar no que vi. No ímpeto do choque corri para o computador a fim de checar a informação na internet e constatei,pelo site G1, que ela era verdadeira... e que era eu quem não estava conseguindo acreditar no que lia.
A reportagem trata a respeito de um grupo de religiosos no sul do país que quer mudar o nome Garganta do Diabo de uma das quedas das Cataratas do Iguaçu. Vemos, assim, a “objetividade” do Evangelho no Brasil, que produz fatos e lendas (muitas vezes, é verdade) de crentes jogando óleo de helicópteros a fim de ungir cidades, querendo “converter” o Carnaval e, agora, querendo rebatizar uma das quedas das Cataratas do Iguaçu.
Chego à conclusão de que, por mais forte que sejamos ou viéssemos a ser, a nossa força está sendo empregada de forma errada! De que adianta nossa força se o objetivo no qual ela é empregada é tão difuso e intangível. Se você discorda de mim, me diga quais serão os frutos palpáveis de se mudar o nome da queda d’água em questão que não seja formada apenas por conjecturas religiosas!
Muito me admira o Evangelho de aparências que a Igreja brasileira está vivendo. Enquanto queremos ser reconhecidos como grupo religioso, político, ideológico forte através de ações de visibilidade como esta, nossos líderes viajam com dólares escondidos, participam de corrupção e lavam dinheiro. É o “faça o que digo, mas não faça o que faço”; é querer investir em coisas que nos trazem renome e pompa, ao invés de investir em algo que talvez não traga visibilidade, mas seja bem mais efetivo. Por qual razão esses religiosos não se reuniram a fim de propor uma ação social conjunta, ao invés de propor algo tão tolo e efêmero como a troca de nome da Garganta do Diabo? Tenho certeza absoluta que o amor de Deus seria propagado bem melhor daquela do que desta forma.
Por qual razão temos tanta facilidade de nos juntarmos diante de questões desse quilate e tanta dificuldade de nos mobilizarmos em elaborar estratégias para nossas Igrejas? Por que é tão fácil nos reunirmos num churrasco de fim de semana com os irmãos, mas tão difícil de nos reunirmos para um culto de doutrina? Por que é tão fácil nos reunirmos para um retiro, mas tão difícil nos juntarmos para sair e evangelizar em grupo?
É
 necessário que façamos uma revisão em nossos conceitos, igreja do Senhor. Enquanto vidas sem Cristo estão a perecer, estamos querendo trocar nome de cataratas, construir templos faraônicos e colocar o nome de Deus em bandeiras de nossos Estados. Que esse texto tão forte possa servir para desperta-lo como parte importante da Igreja de Cristo, capaz de mudar a história do Brasil com ações mais efetivas e poderosas do que as que geralmente praticamos.



***
José Ruy Pimentel de Castro é vice-presidente do Instituto Política Global, professor, mestrando em Relações Internacionais pela UNLP (Universidad Nacional de La Plata/Argentina).

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Soberania de Deus Versus Teologia da Prosperidade!











A soberania de Deus é a doutrina que afirma que Deus é supremo, tanto em governo quanto em autoridade sobre todas as coisas. Nos círculos dos "ensinos da fé", ela não é levada muito a sério. Verbos como exigir, decretar, determinar, reivindicar freqüentemente substituem os verbos pedir, rogar, suplicar etc. Ao comentar João 14:13, 14, que diz: "E tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. Se me pedirdes alguma cousa em meu nome, eu o farei", Kenneth Hagin afirma:

A palavra "pedir" também significa "exigir". "E tudo quanto exigirdes em Meu nome, isso [Eu, Jesus] farei". Um exemplo disto é registrado no terceiro capítulo de Atos, quando Pedro e João estavam à Porta Formosa. Já demonstramos que Pedro sabia que tinha algo para dar quando disse ao aleijado: "Não possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou". Então Pedro disse: "Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda!" Pediu, ou exigiu, que o homem se levantasse em nome de Jesus.¹

No Novo Testamento grego, o verbo "pedir", que aparece em João 14:13, 14 é aiteo. De acordo com W. E. Vine, aiteo sugere a atitude de um suplicante, uma petição de alguém que está em posição menor que a daquele a quem é feita a petição, como em Mateus 7:11 (uma criança pedindo a seu pai) e Atos 12:20 (vassalos fazendo um pedido ao rei). Este verbo aparece muitas vezes nas epístolas, como em Efésios 3:20; Colossenses 1:9, Tiago 1:5, 6; 1 João 5:14, 15. Em todas estas passagens seria impossível substituir o verbo "pedir" por "exigir".

Outro verbo usado no grego para pedir é erotao. Vine diz que o seu uso sugere que o suplicante está no mesmo pé de igualdade ou familiaridade com a pessoa a quem é feito o pedido. E usado, por exemplo, para um rei fazendo um pedido a um outro rei (Lucas 14:32). Vine continua:

...É significativo que o Senhor Jesus nunca usou aiteo no sentido de fazer um pedido ao Pai. "A consciência de sua igual dignidade, de sua intercessão potente e vitoriosa, é demonstrada nisto, que sempre que Ele pede, ou declara que Ele pedirá qualquer coisa ao Pai, sempre usa erotao, isto é, um pedido em termos de igualdade, João 14:16; 16:26; 17:9, 15, 20; e nunca aiteo".²

Em Atos 3 (citado por Hagin, acima), o paralítico era colocado diariamente à porta do templo, chamada Formosa, para pedir esmola. Novamente, o verbo "pedir" desta passagem no grego do Novo Testamento é aiteo (v. 2). Estaria então o paralítico exigindo uma esmola das pessoas? Ora, esmola não se exige, pede-se, e com muita humildade.


Em seu livro, O Direito de Desfrutar Saúde, R. R. Soares declara:

Usar a frase "se for a Tua vontade" em oração pode parecer espiritual, e demonstrar atitude piedosa de quem é submisso à vontade do Senhor, mas além de não adiantar nada, destrói a própria oração.³


Qualquer pessoa que examinar com cuidado os Evangelhos, perceberá que a tônica da vida e do ministério do Senhor Jesus era fazer a vontade do Pai. Examine, por exemplo, João 4:34; 5:30; 6:38; 7:17. Quando ensinou seus discípulos a orar, Jesus incluiu na oração: "Faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu". Será que Jesus estava errado? A conclusão óbvia é que não. Não tenho qualquer problema em dizer, ao orar: "se for a tua vontade", pois isto me coloca em boa companhia. Jesus orou assim no Getsêmani: "Aba, Pai, tudo te é possível; passa de mim este cálice; contudo, não seja o que eu quero, e, sim, o que tu queres" (Marcos 14:36). E novamente: "Meu Pai, se não é possível passar de mim este cálice sem que eu o beba, faça-se a tua vontade" (Mateus 26:42). João escreveu ainda: "se pedirmos alguma cousa segundo a sua vontade, ele nos ouve" (1 João 5:14).


***




Notas:




1. Kenneth E. Hagin, O Nome de Jesus. Rio de Janeiro: Graça Editorial, 1988, p. 70.


2. W. E. Vine, An Expository Dictionary of Biblical Words. Nashville, Tennessee, EUA: Thomas Nelson, 1984, segunda parte, p. 71.


3. R. R. Soares, O Direito de Desfrutar Saúde. Rio de Janeiro: Graça Editorial, p. 11.

sábado, 10 de abril de 2010

Igrejas Cheias de Crentes Vazios!!





Triste, lamentável, insuportável! É o que sinto em relação à situação da maioria das igrejas de hoje.
Grandes instituições que se envaidecem com o crescimento numérico, mas que não enxergam sua real situação. Nos púlpitos, líderes que se autodenominam "Apóstolos", "Bispos", "sacerdotes". E na multidão, pessoas seduzidas pelas falsas promessas de prosperidade, grandeza e poder.
O véu do templo foi rasgado, porém, os camaradas insistem em recosturá-lo, pior ainda, constroem "Templos" e dizem: "Esta é a casa de Deus, fora dela não há salvação", esquecendo-se que Deus fez do homem Seu tabernáculo através de Jesus Cristo.
Não apascentam as ovelhas de Cristo, não pregam o Evangelho do Senhor, mas criam técnicas de manipulação, querem "crescer" em números, querem a glória para si, fama, ibope. "Aqui é a última porta", "ninguém faz mais milagres que EU!" Falam de si como se fossem deuses.

Poder é o que pregam. estão obcecados pelo tal "PODER". "Vocês pedir mais poder"! (Mas é exatamente o "poder" que está levando muitos à ruína).

A palavra chave é: "Sobrenatural".

"Hoje vamos trazer o céu até aqui"! (Ué, não é mais a "Igreja" que vai para o céu?). Loucos, lobos devoradores é o que são. E os analfabetos de bíblia dizem "amém" para tudo o que eles dizem, parecem até aquelas lagartixas que a cabeça balança à toa.

Os cultos são "alegres", "avivados", cheios de festa. Danças, palmas, gritos, gemidos.Há todo tipo de bizarrice e estupidez. Onde está o Evangelho? Onde está Jesus Cristo em suas músicas egocêntricas e chantagistas?

O "tal" Novo Testamento já não é mais lido. Aliás, pra quê? É tão sem graça, não tem atos proféticos, nem profecias ou promessas de triunfo e vida regalada. Como mitômanos vivem cegamente a sua historinha que só é verdade para eles. E, cheios de "poder", "profetizam" e "declaram" :"Somos, temos, podemos".

Se parassem por um instante para ler o Evangelho de Jesus Cristo, se calassem suas bocas tagarelas por um minuto ouviriam o Senhor falar, então perceberiam que são muitos, milhares de "crentes", porém vazios.

E ao anjo da igreja que está em Laodicéia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus: Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca. Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu;
Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças; e roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas. Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê pois zeloso, e arrepende-te.
Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo. Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no meu trono; assim como eu venci, e me assentei com meu Pai no seu trono. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. 

Apocalipse 3;14-22


Qualquer semelhança não é mera coincidência.

Por Márcia Gizella

Glória Perez e Glória a Deus!!





A escritora e novelista Glória Perez — que teve a sua filha barbaramente assassinada no início dos anos 1990 — escreveu o seguinte em seu blog (http://gloriafperez.blogspot.com/): “E por falar em Miriam Brandão... Um dos seus assassinos, o Wellington, teve a pena extinta e virou pastor: já é dono de 3 igrejas!!!! Sequestrou, incendiou viva uma criança de 5 anos, e hoje ganha a vida contando seu feito! Aliás, Guilherme de Pádua também! Com todo o respeito aos fiéis iludidos, parece que se tornou final de carreira para psicopatas assassinos virar pastor!”

Como evangélicos e espirituais, devemos ter discernimento e julgar bem, segundo a reta justiça, todas as coisas (1 Co 2.15; Jo 7.24). Eu posso não concordar com o posicionamento de uma pessoa não-evangélica em muitas coisas, mas tenho de reconhecer quando ela tem razão. Afinal, até o Senhor Jesus, ao ouvir uma pecadora, respondeu-lhe: “Disseste bem” (Jo 4.17).

Glória Perez tem razão em seu desabafo. Ela teve a sua filha assassinada, e com requintes de crueldade. E tem todo o direito de ainda estar angustiada e indignada com a benevolência da lei brasileira para com pessoas que cometem crimes tão bárbaros contra a vida humana.

Eu não tenho dúvida de que o Senhor Jesus perdoa e transforma os mais vis pecadores. Ele é misericordioso e piedoso. E ao infrator crucificado, ao seu lado, Ele disse: “hoje estarás comigo no paraíso” (Lc 23.43). Entretanto, isso não significa que os criminosos não devam pagar pelos seus crimes na terra.

Penso que alguém que queima uma criança ou que assassina brutalmente uma jovem, como fizeram os criminosos mencionados por Perez, mereça, no mínimo, prisão perpétua. Não estamos falando de um homicídio culposo, de um acidente ou de um assassinato em legítima defesa. Estamos falando de homicídio duplamente qualificado! Estamos falando de crimes em que houve intenção de matar! Os pais nunca mais verão os seus filhos. É justo que os criminosos sejam soltos depois de poucos anos e tenham uma vida normal e até zombem da família enlutada?

A lei brasileira, como eu já disse, ainda é suave em relação a crimes hediondos, a despeito de ter melhorado um pouco — o que ficou comprovado no julgamento dos Nardoni. Mas veja se nos Estados Unidos criminosos como Charles Manson, assassino da atriz Sharon Tate, em 1969, foi solto. Para os estadunidenses seria inconcebível um criminoso desse naipe ser solto e tornar-se um pastor. E os criminosos acima estão para os brasileiros assim como Manson está para os norte-americanos. Ou não?

Glória Perez parece ter alguma antipatia pelos evangélicos, talvez por causa dos mercantilistas que se dizem evangélicos. Mas no episódio em apreço ela não generalizou. Não quis dizer que todos os pastores são criminosos. Prova disso é o que escreveu, na mesma postagem: “quem ofende os pastores sérios são esses criminosos que se utilizam de uma carreira respeitável para acobertar sua psicopatia e lucrar com os crimes cometidos”.

Na verdade, Perez quis mostrar a sua indignação quanto ao fato de as igrejas evangélicas (ou pseudo-evangélicas, em alguns casos) aceitarem como pastores assassinos condenados, principalmente aqueles que cometeram crimes de grande repercussão. Já pensou se os Nardoni resolvessem fundar uma igreja, ao saírem da prisão? E, se Susane von Richthofen se tornasse uma “pastora”?

Sou obrigado a reconhecer que boa parte dos pastores e pregadores ex-assassinos gostam de contar os seus feitos da vida do crime. Lembro-me de que, na minha adolescência, o povo dava glória a Deus ao ouvir um ex-bandido dizer de boca cheia: “Não me perguntem sobre quantos eu matei. Perguntem-me sobre quantas almas já ganhei para Jesus”.

Sinceramente, tenho ojeriza desses testemunhos que exploram a vida pregressa das pessoas. Muitos fazem até cartazes: “Fulano de tal, ex-assassino, ex-ladrão, ex-estuprador, ex-pedófilo, ex-traficante, ex-pederasta”. Meu Deus! Se eu tivesse causado males à sociedade, no passado, jamais desejaria contar isso em pormenores! Faria como o apóstolo Paulo, que preferia dar ênfase à sua nova vida com Cristo, deixando claro que “as coisas velhas já passaram” (2 Co 5.17).

Eu defendo a prisão perpétua para quem comete crimes hediondos. E também reconheço que o Senhor Jesus tem transformado verdadeiramente a muitas pessoas que viviam no mundo do crime, não tendo em conta os tempos da ignorância (At 17.30). Mesmo assim, sempre duvidarei daqueles que se dizem ex-isso-e-ex-aquilo. Nunca deixaria a minha filha sozinha, por exemplo, com alguém que tenha histórico de abuso de crianças só porque ele se diz pastor ou evangélico. Por quê? Porque duvido de sua conversão? Não. Simplesmente porque sou prudente e amo a minha filha.

Criminosos que se sentem verdadeiramente regenerados por Deus e estão soltos — em razão da complacente lei brasileira —, podendo inclusive ter o privilégio de falar nas igrejas e em programas de TV, deveriam também ser prudentes. Em vez de usarem o seu passado como chamariz, em seus testemunhos, deveriam dar a Deus toda glória por Ele ter usado de graça e misericórdia para com eles.

Pela sua graça, Deus nos dá o que não merecemos: a vida eterna e a certeza de que estamos perdoados. E, pela misericórdia, Ele não nos dá o que merecemos: a morte e o inferno (Rm 6.23). Glória a Deus!

Em Cristo, que é amoroso e justo,
Ciro Sanches Zibordi

sábado, 3 de abril de 2010

A Morte de Jesus no olhar da Medicina

Como estamos próximos da Páscoa, decidi reeditar um texto do ano passado que descreve a morte de Jesus na visão da Medicina. O Dr Pierre Barbet, médico, explica o martírio e a morte de Cristo detalhando como o corpo humano reage diante do sofrimento. 

Dr. Pierre Barbet,
Sou um cirurgião e dou aulas há algum tempo. Por 13 anos vivi em companhia de cadáveres e durante minha carreira estudei anatomia a fundo. Posso portanto escrever sem presunção a respeito de uma morte como aquela
Jesus entrou em agonia no Getsêmani e seu suor tornou-se como gotas de sangue a escorrer pela terra”. O único evangelista que relata o fato é um médico, Lucas. E o faz com a precisão de um clínico. O suar sangue, ou hematidrose, é um fenômeno raríssimo. É produzido em condições excepcionais: para que ele aconteça, é necessária uma fraqueza física, acompanhada de um abatimento moral violento causado por uma profunda emoção, por um grande medo. O terror, o terror, susto, a angústia terrível de sentir-se carregando todos os pecados dos homens devem ter esmagado Jesus. Tal tensão extrema produz o rompimento de finíssimas veias capilares que estão sob as glândulas sudoríparas; o sangue se mistura ao suor e se concentra sob a pele, e então escorre por todo o corpo até a terra.
Conhecemos a farsa do processo preparado pelo sinédrio hebraico, o envio de Jesus a Pilatos e o desempate entre o procurador romano e Herodes. Pilatos cede e então ordena a flagelação de Jesus. Os soldados desp9ojam Jesus e o prendem pelo pulso a uma coluna do pátio. A flagelação se efetua com tiras de couro múltiplas sobre os quais são fixadas bolinhas de chumbo e pequenos ossos. Os carrascos devem ter sido dois, um de cada lado, e de diferente estatura. Golpeiam com chibatadas a pele, já dilacerada por milhões de microscópicas hemorragias do suor de sangue. A pele se dilacera e se rompe; o sangue espirra.
A cada golpe Jesus reage em um sobressalto de dor. As forças se esvaem; um suor frio lhe impregna a fronte, a cabeça gira em uma vertigem de náusea, calafrios lhe correm ao longo das costas. Se não estivesse preso no alto pelos pulsos, cairia em uma poça de sangue.
Depois o escárnio da coroação. Com longos espinhos, mais duros que os da acácia, os algozes entrelaçam uma espécie de capacete e o aplicam sobre a cabeça. Os espinhos penetram no couro cabeludo fazendo-o sangrar (os cirurgiões sabem o quanto sangra o couro cabeludo). Pilatos, depois de ter mostrado aquele homem dilacerado à multidão feroz, entrega-o para ser crucificado. Colocam sobre os ombros de Jesus o grande braço horizontal da cruz _ pesava uns 50 quilos. A estaca vertical já está plantada sobre o Calvário. Jesus caminha com os pés descalços pelas ruas de terreno irregular, cheias de pedregulhos.
Os soldados o puxam com a cordas. O percurso é de cerca de 600 metros. Jesus, fatigado, arrasta um pé após outro; freqüentemente cai sobre os joelhos. E os ombros de Jesus estão cobertos de chagas. Quando ele cai por terra, a viga lhe escapa, escorrega e lhe esfola o dorso. Sobre o Calvário tem início a crucificação.
Os carrascos despojam o condenado, mas sua túnica está colada nas chagas, e tira-la produz uma dor atroz. Quem já puxou uma atadura de gaze de uma grande ferida percebe do que se trata. Cada fio de tecido adere à carne viva: ao ser retirada a túnica, laceram-se as terminações nervosas postas em descoberto pelas chagas.
Os carrascos dão um puxão violento. Há risco de toda aquela dor provocar uma síncope, mas ainda não é o fim. O sangue começa a escorrer. Jesus é deitado de costas, as suas chagas se incrustam de pedregulhos.
Depositam-no sobre o braço horizontal da cruz. Os algozes tomam as medidas. Com uma broca é feito um furo na madeira para facilitar a penetração dos pregos. Os carrascos pegam um prego (um longo prego pontudo e quadrado), apóiam-no sobre o pulso de Jesus. Com um golpe certeiro de martelo o plantam e o rebatem sobre a madeira. Jesus deve ter contraído o rosto assustadoramente.
O nervo mediano foi lesado. Pode-se imaginar aquilo que Jesus deve ter provado _ uma dor lancinante, agudíssima, que se difundiu pelos dedos e espalhou-se pelos ombros, atingindo o cérebro. A dor mais insuportável que um homem pode provar, ou seja, aquela produzida pela lesão dos grandes troncos nervosos: provoca uma síncope e faz perder a consciência. Em Jesus, não.
O nervo é destruído só em parte. A lesão do tronco nervoso permanece em contato com o prego: quando o corpo for suspenso na cruz, o nervo irá se esticar fortemente como uma corda de violino tensionada sobre a cravelha. A cada solavanco, um movimento, vibrará despertando dores dilacerantes.
Um suplício que durará três horas. O carrasco e seu ajudante empunham a extremidade da trava; elevam Jesus, colocando-o primeiro sentado e depois em pé; conseqüentemente fazem-no tombar para trás e o encostam na estaca vertical. Depois rapidamente encaixam sobre ela o braço horizontal da cruz.
Os ombros da vítima esfregam dolorosamente sobre a madeira áspera. As pontas cortantes da grande coroa de espinhos penetram no crânio. A cabeça de Jesus inclina-se para frente, uma vez que o diâmetro da coroa o impede de apoiar-se na madeira. Cada vez que o mártir levanta a cabeça, recomeçam pontadas agudas de dor. Pregam-lhe os pés.
Ao meio-dia Jesus tem sede. Não bebeu desde a tarde anterior. Seu corpo é uma mascar de sangue. A boca está semi-aberta, e o lábio inferior começa a pender. A garganta, seca, lhe queima, mas ele não pode engolir. Tem sede. Um soldado lhe estende, sobre a ponta de uma vara, uma esponja embebida em um líquido ácido, em uso entre os militares. Tudo aquilo é uma tortura atroz.
Um estranho fenômeno se produz no corpo de Jesus. Os músculos dos braços se enrijecem em uma contração que vai se acentuando: os deltóides, os bíceps esticados e levantados, os dedos se curvam. A isso os médicos chamam tetaia, quando os sintomas se generalizam: os músculos do abdômen se enrijecem em ondas imóveis; em seguida aquele entre as costelas, os do pescoço e os respiratórios.
A respiração se faz, pouco a pouco, mais curta. O ar entra com um sibilo, mas não consegue sair. Jesus respira com o ápice dos pulmões. Tem sede de ar: como um asmático em plena crise, seu rosto pálido vai se tornando vermelho, depois se transforma num violeta purpúreo e enfim cianítico. Jesus é envolvida pela asfixia. Os pulmões cheios de ar não podem mais esvaziar-se. A fronte está impregnada de suor, os olhos saem da órbita.
Mas o que acontece? Lentamente, com um esforo sobrehumano, Jesus toma um ponto de apoio sobre o prego dos pés. Esforça-se a pequenos golpes, se eleva aliviando a tração dos braços. Os músculos do tórax se distendem. A respiração torna-se mais ampla e profunda, os pulmões se esvaziam e o rosto recupera a palidez inicial. Por que este esforço?
Por que Jesus quer falar: “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”. Logo em seguida o corpo começa a frouxar-se de novo, e a asfixia recomeça. Foram transmitida sete frases pronunciadas por ele na cruz: cada vez que quer falar, deve elevar-se tendo como apoio o prego dos pés. Inimaginável! Atraídos pelo sangue que ainda escorre e pelo coagulado, enxames de moscas zunem ao redor de seu corpo, mas ele não pode enxotá-las. Pouco depois o céu escurece, o sol se esconde: de repente a temperatura diminui.
Logo serão três da tarde, depois de uma tortura que já dura três horas. Todas as suas dores, a sede, as cãibras, a asfixia, o latejar dos nervos medianos lhe arrancam um lamento: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” Jesus grita: “Tudo está consumado!” Em seguida, num grande brado, diz, “Pai, nas Tuas mãos entrego o meu espírito”. E morre. Em meu lugar e no seu.


Leia o livro virtual O Sudário de Turin - Talvez nenhuma outra relíquia Cristã foi tão investigada como o linho que cobriu o corpo de Jesus.
Que amor é esse que se doa até as últimas conseqüências?
Augusto Cury
"CURIOSIDADES SOBRE A ORIGEM DA PÁSCOA". Nos Blogs "Na casa da Vovó" e Educação da Religiosidade você encontra uma uma vasta explicação sobre a Páscoa. Acesse os links e confira.