quarta-feira, 9 de junho de 2010

"O Futebol e a Arte do Falso Patriotismo":

Vésperas de Copa do Mundo e não existe outro assunto que venda mais, que chame mais atenção ou que comova mais que este: futebol. 


As propagandas, notícias, jornais impressos, o mercado editorial, o mercado de games e mais um monte de outros ramos estão focados nisso. E até aí, tudo parece natural e até certo ponto inofensivo.

O problema porém, está no lema central de todo o burburinho causado pelo maior evento do mundo. 


Confundem torcida com patriotismo, amor ao futebol com amor à pátria, e apego às tradições futebolísticas com um inexistente dever civil de vestir uma camisa amarela e gritar gol quando convém.

O pecado não está em torcer, o erro não é vestir a camisa da seleção e comemorar um gol com gritos e pulos. Nosso erro é achar que isso é suficiente para nos tornar brasileiros.

Brasil só existe de quatro em quatro anos? Apagamos com uma borracha imaginária toda desigualdade característica de nosso país durante a copa só para reescrevê-la outra vez? Rabiscamos o racismo durante o campeonato mundial e depois voltamos a contar as mesmas piadas racistas de antes? É isto que chamam de"ser brasileiro"? Simplesmente torcer para um grupo de pessoas que, verdade seja dita, não nos representa em nada que realmente tenha importância?

Por amor à pátria, lutaremos por um país menos desigual. Por amor à pátria, protestaremos contra o descaso dos governantes. Por amor à pátria, ergueremos a bandeira da justiça e da misericórdia. Por amor à pátria, deixaremos a nossa pequena luz brilhar nas densas trevas deste mundo sem esperanças.

O patriotismo não está nas camisas, estrelas ou na bola de futebol que corre livre pelo campo... ele está no peito de quem decide enfrentar as dificuldades da vida e sonhar com um Brasil melhor. Isto. Isto sim é amor à pátria!